Não há trauma que não se supere.

sábado, setembro 16, 2017


Eu tenho meus traumas e nunca os escondi. Não escondi nem mesmo da menina que um dia me traumatizou. E se você me perguntar se valeu a pena tê-los, vou te responder que - por mais absurdo que possa parecer, valeu. Valeu porque eu pude crescer nesse meio tempo e entender melhor o espaço do outro da nossa vida, além de conseguir enxergar que a felicidade está verdadeiramente em nossas mãos quando tomamos posse dela e não deixamos que outros decidam a hora e o momento para sermos. 

Aprendi que se doar nunca é um erro, mas que às vezes a dor da decepção de se entregar sem recíproca pode ser nossa ao não dar ouvidos ao que o outro nos diz. Eu sofri, admito. Mas sei que não foi o amor que eu carregava no peito, mas a necessidade idiota em segurar alguém com todas as minhas forças e não ver que já não podia evitar a partida. 

Demora, sim, até você conseguir sorrir pela conquista do outro. Você quer mais é que aquele bloqueio dure para sempre e que o "melhor" do lado de lá nunca seja maior do que do lado de cá. É um egoísmo bobo, mas que é inevitável haja visto que somos todos humanos e carregamos esses pecados dentro de nós. Mas passa. 
Torcer pela felicidade de quem passou, então, é o que resta quando a gratidão pelo que foi vivido bate à porta e se percebe que não há porquê guardar alguma mágoa. E aquele trauma, ainda que tenha me feito perder algumas oportunidades de ser feliz com outras pessoas, me ajudou a escolher melhor quem chegar perto e deixar cuidar do meu coração. Não há dor que não passe. Não há trauma que não se supere. Não há amor que acabe que não possa se tornar um carinho sincero. 



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